terça-feira, 8 de maio de 2012

Continuando... câncer

Câncer de boca atinge mais jovens
Aumento de casos entre pessoas com 30 a 45 está ligado à prática de sexo oral sem proteção

O câncer bucal sempre foi mais comum entre homens acima de 50 anos, principalmente os tabagistas ou alcoólatras. Mas pesquisas indicam que a doença tem crescido entre pessoas mais jovens, entre 30 e 45 anos, sendo que o principal precursor é a prática de sexo oral sem proteção.
De acordo com o médico oncologista Henrique de Lins e Horta, da clínica Oncomed BH, o câncer de boca associado ao vírus HPV, diferentemente dos casos relacionados ao fumo e ao álcool, afeta mais comumente as amídalas e a base de língua, sendo habitualmente tumores pouco diferenciados. “Na maioria dos casos, a sobrevida e a resposta ao tratamento dos pacientes com esse tipo de câncer é melhor do que os casos associados ao cigarro e à bebida”, completa.
Mas os sintomas do câncer bucal causado pelo HPV são os mesmos: úlceras orais que não cicatrizam, lesões vegetantes, dor e sangramento na boca, dificuldade para engolir e nódulos na região do pescoço. “Normalmente, a infecção do HPV é assintomática. No entanto, mesmo a pessoa não apresentando sintomas, ela pode transmitir o HPV por via sexual”, alerta o médico. Ele também frisa que não são todos os subtipos de HPV e não são todas as infecções pelo HPV que irão evoluir para um câncer.
Henrique Horta afirma ainda que estudos de caso-controle têm sugerido que os tumores de cabeça e pescoço causados pelo HPV estão associados a um número elevado de parceiros sexuais. Os estudos também têm demonstrado que pacientes acometidos por esse tipo de câncer têm grande risco de desenvolver cânceres na região anogenital (colo de útero, vulva, vagina, pênis e ânus).
“Portanto, uma das formas de se prevenir é praticar sexo seguro. Um detalhe importante: o uso de preservativos diminui, porém não protege completamente a transmissão do HPV. Outras formas de contágio já foram descritas na literatura, incluindo o beijo”, alerta o médico. O tratamento do câncer de boca geralmente é multidisciplinar, podendo se valer de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, sendo que a taxa de resposta, geralmente, é maior nos casos associados ao HPV.
Um outro aspecto importante a se destacar é que já existem vacinas contra alguns subtipos do HPV. “Apesar dos principais estudos realizados até o momento terem avaliado a prevenção de verrugas genitais, câncer de colo de útero e região anal, indiretamente acredita-se que a vacina também possa prevenir alguns casos de câncer da região oral associada ao vírus”, finaliza o médico.

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